Fui demitido! E agora?

O despertador tocou. Ainda na cama, Janaína pensa: “vou ficar aqui, pra que levantar?”.  Depois de 15 anos, é a primeira vez que em plena quarta-feira, um dia normal de uma semana comum, que ela não tem compromisso.  Ela sente um vazio.

Lágrimas tornaram-se sua companhia juntamente com o som de: “pegue suas coisas, você está demitida”.

O olhar de Janaína ficou perdido naquele ambiente. Ela estava paralisada. E agora, o que fará? Ela tem mais de 45 e foram 15 anos ali, naquela empresa. Talvez você também esteja passando por isso ou conhece alguém nesta situação.

Como consultora, tenho acompanhado nos últimos tempos alguns profissionais que vivenciaram desligamentos traumáticos. E sim, o impacto na vida desses profissionais é gigantesco. E torna-se assustador quando tentam colocar suas vidas de volta para os trilhos.

Se você já foi demitido alguma vez, está passando por esta situação ou conhece alguém que está vivenciando este momento, acolha o vazio e vivencie esse luto.

Mas tenha uma certeza:todos sempre temos escolha.

A demissão

Ser demitido é algo que, sem dúvida, ninguém quer. Afinal, ser dispensado, é interromper um plano de carreira e de vida, e em alguns casos, pode levar a traumas e afetar a autoestima. Infelizmente, muitos profissionais levam anos para se recuperarem de uma demissão.

Para muitas pessoas, ser demitido equivale à remoção súbita do valor pessoal. Inconscientemente, os profissionais criam no trabalho o chamado “núcleo de valor”, que estrutura a identidade profissional. É o “quem sou para a sociedade”, a imagem que sustentamos frente ao mundo em geral. E uma demissão pode gerar um forte sentimento de fracasso e culpa.

O mais difícil da demissão é saber como lidar com a montanha russa de sentimentos. Ela começa como um experimento, sem muito controle ou direção emocional. A sensação de rejeição torna-se inevitável. Vive-se em segundos a mudança de papéis mais insegura de todas: de um profissional que tem um plano, uma carreira surge um desempregado, ou desempregada que será julgado, ouvirá conselhos aterrorizantes e terá medo de estar com as pessoas, exatamente pelo que elas vão dizer. E isso acontece, mesmo quando se entende racionalmente o contexto. É natural!

Escolhas pós-demissão

Revolta, culpa, rejeição, vergonha. São tantos os sentimentos e alguns choram, outros, tornam-se agressivos. Mas preciso dizer a você: em casos assim, você tem duas opções: ou se entrega às dores dessa experiência, que detona sua autoestima e se vê arrastado por uma negatividade. Este será um caminho cheio de pensamentos corrosivos, e sim, você fará como a Janaína: ficará embaixo do lençol. Ou pode aprender com essa experiência e atribuir a ela um significado de oportunidade.

Se a escolha for a primeira, o sofrimento será gigantesco. Agora, se foi a segunda, vamos juntos fazer da demissão a sua oportunidade.

Comece pensando: o susto passou e chegou a hora de recomeçar!

Cinco passos para recomeçar após a demissão

1.      Analise o cenário – é importante refletir sobre o que o levou à demissão. Identifique sua parcela de responsabilidade. Faça o mapeamento dos seus pontos frágeis: os seus erros. Faltou comprometimento? Houve uma falha da liderança? Ou a culpa é de oscilações no mercado?

Quando identificar o problema, transforme-o em lição aprendida, tirando dele, o que fará para melhorar. É primordial reservar um período para analisar suas preferências, capacitações e direcionamento. Em seguida, busque novas oportunidades no mercado. Uma demissão pode ser uma forma de conhecer mais a si mesmo e mudar a forma de pensar.

2.      Converse com pessoas que possam ajudar – prepare uma lista de possíveis pessoas a contatar para comunicar que está disponível para novas oportunidades. Escolha aquelas que possam te indicar uma chance de recolocação ou abrir portas.

3.      Planeje-se e crie uma agenda de atividades diárias – organize sua rotina. Sei que é tentador o tempo livre para deixar que apenas aconteça. Mas se quer fazer da demissão a sua oportunidade, trace planos e, para colocá-los em prática, tenha o controle da sua agenda diária.

Coloque no papel o que você pretende fazer e, desde o primeiro dia, estipule a quantidade de horas de trabalho.

4.      Esteja preparado – pode ser que você tenha ficado muito tempo numa empresa. Neste caso, é natural que sinta dificuldades em se posicionar novamente no mercado de trabalho.  É preciso entender que o mercado de trabalho mudou e que algumas estratégias que funcionavam no passado já não funcionam mais hoje, faz parte do processo.

Algumas dicas que podem te auxiliar nesse momento:

Você precisa ter um currículo adequado aos padrões do mercado, fazer ou revisar o seu perfil no Linkedin, ampliar o seu networking, se preparar para entrevistas, entre outras ações que vão criar condições de buscar uma nova oportunidade no mercado de trabalho.

5.      Tenha persistência e resiliência – a estratégia vencedora para quem está procurando um novo emprego é formada por esse binômio. Diariamente, tenha persistência para procurar emprego até encontrá-lo e resiliência para aguentar muitos “nãos” até que surja a oportunidade ideal pra você.

 A demissão frustra. Mas é a sua capacidade profissional de se recuperar e agir em direção aos seus objetivos, que irá definir a sua carreira. Faça da resiliência a sua marca e conquiste o seu novo emprego. E lembre-se, resiliência é essencial para sua vida profissional.

Sacudiu a poeira? Deixou o passado no passado?

Defina no hoje a sua trajetória profissional. Ela depende da sua atitude e do seu pensamento. Afinal, nossas percepções dos fatos têm um impacto poderoso em nosso comportamento.

Use suas paixões e seus pontos fortes para começar uma nova jornada. E esta sim, fará bem a você. Acredite!

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