Sinopse: Bateu aquela preguiça de ir para o escritório na segunda-feira? A falta de tempo virou uma constante? A rotina está tirando o prazer no dia a dia? Anda em dúvida sobre qual é o real objetivo de sua vida? Falta motivação?
O filósofo e escritor Mario Sergio Cortella desvenda em “Por que fazemos o que fazemos?” as principais preocupações com relação ao trabalho.
Dividido em vinte capítulos, ele aborda questões como a importância de ter uma vida com propósito, a motivação em tempos difíceis, os valores e a lealdade – a si e ao seu emprego.
O livro é um verdadeiro manual para todo mundo que tem uma carreira mas vive se questionando sobre o presente e o futuro. Recheado de ensinamentos como “Paciência na turbulência, sabedoria na travessia”, é uma obra fundamental para quem sonha com realização profissional sem abrir mão da vida pessoal.
Em sua última obra, Porque Fazemos o Que Fazemos? o professor e filósofo procura esclarecer os propósitos da vida para o ser humano, indagações existenciais e motivações profissionais. O foco está voltado a temas relacionados ao trabalho, mas as questões tratadas no livro se estendem para nossa vida em geral.
Para o autor, boa parte do propósito da vida moderna está naquilo que fazemos durante a rotina. O trabalho, nesse sentido, seria uma atividade que busca o reconhecimento do homem com aquilo que ele faz.
“Uma vida pequena é aquela que nega a vibração da própria existência. O que é uma vida banal, uma vida venal? É quando se vive de maneira automática, robótica, sem uma reflexão sobre o fato de existirmos e sem consciência das razões pelas quais fazemos o que fazemos.”
Os capítulos que mais gostei foram a Rotina não é monotonia, A origem da motivação e Motivação em tempos difíceis. São capítulos bem curtinhos e deixam uma sensação de “Já acabou??? Quero mais!”.
Em Motivação em tempos difíceis, Cortella descreve como encontrar ânimo em momentos em que o vento muda de direção.
Quando seus planos se concretizam, as metas são alcançadas e tudo vai bem a motivação tende a estar alta. Mas… e em tempos difíceis? Como se manter motivado e focado?
Quantas oportunidades deixamos de aproveitar (eu me incluo nisso) por focar nossos pensamentos no problema?
Por isso, destaquei algumas reflexões desse capítulo que gostaria de compartilhar com você. São orientações e dicas simples que, de alguma forma, podem ajudar você a tomar decisões mais acertadas nesse momento. Vamos lá?
Seguem abaixo, alguns trechos desse capítulo:
“Existem momentos em que o vento muda de direção. A economia pode passar por crises, o setor deixar de ter a pujança de outros tempos ou a empresa perder posições no mercado. Nos períodos de baixa, como encontrar motivação para continuar em busca de melhores resultados?
[…] Não é agradável ter restrição, nunca o é, mas aprender a lidar com isso faz parte da formação da carreira de alguém.
[…] Conhecemos histórias de pessoas à nossa volta que ficaram desempregadas por um tempo, depois se levantaram, foram para outro lugar, fizeram a sua carreira, aquilo foi um momento. Também sabemos de um ou outro que tomou um tombo e nunca mais se levantou.
“Posso ficar depressivo, afundado no sofá, vendo televisão? Posso ficar em estado de autocomiseração, com pena de mim? Posso, mas que não passe de três dias. Um percalço não é o fim.”
[…] De modo geral, seria possível dizer que alguém muito competente dificilmente ficaria fora do mercado. Mas isso seria desconhecer que há situações de injustiça, por exemplo, quando a empresa dispensa alguém equivocadamente, ou quando a função exercida pela pessoa se tornou desnecessária dentro daquele contexto.
É claro que existem situações em que alguém poderá ficar desempregado por falta de empenho ou por conduta inadequada. Porém, individualizar a responsabilidade pela demissão é sempre muito perverso.
[…] Há pessoas que ficam o tempo todo em compasso de espera. É claro que muita gente demora seis meses, um ano até encontrar uma ocupação equivalente à que desempenhava. Mas, nesse ínterim, é preciso encontrar outras maneiras de se viabilizar financeiramente, seja pela venda de algum produto, pela colaboração em algum projeto temporário, pela disponibilidade para dar aulas particulares. Eu sei que não precisarei fazer isso indefinidamente e que me dará a sustentação até que a circunstância mude.
Nesse momento, o que me motiva é a minha necessidade, mas também a percepção de que a situação não tem um caráter de durabilidade. (grifo meu)
Não é fácil sair todos os dias de manhã, arrumado e esperançoso, em busca de um trabalho e voltar à noite sem ele. Mas ficar em casa – por conta do esforço que se despende e da chateação que é enfrentar todas as etapas dessa busca – não compensa de modo algum.
[…] Também é possível (e recomendável) aproveitar essa circunstância para investir no aperfeiçoamento de competências: estudar, ler, ter ideias, se informar a respeito de casos bem-sucedidos.
[…] Quem fica sem trabalho evidentemente sofre um abalo de autoestima. E isso é compreensível, mas é preciso também entender que esse momento exige uma tomada de atitude no que se refere ao estado de espírito.
[…] Alguém pode argumentar que esse é um momento de vida constrangedor. Isso só faria sentido se a pessoa tiver sido a causadora daquela situação, a responsável por sua dispensa. Mas eu jamais ficaria envergonhado por conta de circunstâncias externas à minha própria capacidade.”
Livro: “Porque Fazemos o que fazemos: aflições vitais sobre trabalho carreira e realização.”
Autor: Mario Sergio Cortella é filósofo, escritor, com mestrado e doutorado em educação e professor-titular da PUC-SP, com docência e pesquisa na Pós-Graduação em Educação. Foi Secretário Municipal de Educação de São Paulo (1991-1992), tendo antes sido Assessor Especial e Chefe de Gabinete do prof. Paulo Freire.